O termo pode soar estranho, mas refere-se a um problema muito mais comum do que se imagina: estima-se que 65% dos rapazes apresentam algum grau de crescimento das mamas entre 14 e 15 anos. A ginecomastia, do grego “mama feminina”, define o aumento benigno do volume mamário e geralmente é fonte de grande constrangimento e desconforto psicológico.
Entre as principais causas da ginecomastia, estão o desequilíbrio hormonal e o acúmulo de gordura. Na primeira situação, o desenvolvimento das glândulas mamárias costuma ocorrer durante a puberdade e, muitas vezes, o organismo retoma a forma normal antes de alcançar a fase adulta. De fato, várias situações podem provocar esta condição, como tumores hipofisários, tumores de glândula suprarrenais, distúrbios testiculares congênitos ou adquiridos, insuficiência hepática (cirrose e hepatite), uso continuado de diversos fármacos, esteroides anabolizantes, anticonvulsivantes e tóxicos como a maconha e heroína.
Vale lembrar que a ginecomastia apresenta três graus de gravidade: o primeiro é identificado pelo aparente inchaço das aréolas, um botão no tecido glandular dessa região; no segundo grau, há o tecido gorduroso na região do tórax, mas os limites do tecido não são visíveis; o terceiro grau, o mais grave, consiste na ginecomastia difusa com excesso de pele.
Contudo, ainda que haja a possibilidade de que o tamanho das mamas diminua com o passar dos anos, a cirurgia plástica costuma ser indicada na maior parte dos casos, a fim de evitar o grande prejuízo psicológico decorrente das restrições sociais a que se submete o indivíduo com ginecomastia, como evitar ir à praia ou usar roupas justas. Muitas vezes, aguardar uma possível regressão das mamas pode causar um trauma psicológico maior do que físico.
Em relação à técnica cirúrgica, esta depende do tipo de ginecomastia e de sua severidade, mas todas envolvem um pequeno corte em forma de meia-lua na parte inferior da aréola. A cicatriz é pouco aparente e tende a se tornar imperceptível com o passar do tempo. A anestesia utilizada é local ou peridural com sedação e todo o procedimento tem duração média de 1 a 2 horas.
Se o paciente não apresentar problemas de saúde associados à ginecomastia, ele pode receber alta no mesmo dia da operação após algumas horas de internação. A primeira semana do período pós-operatório exige repouso total. Na semana seguinte, já é permitido dirigir.
Exercícios físicos são plenamente liberados após um mês, assim como abaixar para pegar objetos e crianças. Outro cuidado a ser tomado é o uso de cinta elástica por cerca de três meses depois da operação. Além disso, a drenagem linfática é indicada a partir do terceiro dia após a cirurgia para auxiliar a redução do inchaço e diminuir a formação de hematomas e possíveis nódulos de fibrose sob a pele, que a deixariam irregular.
Por fim, a cirurgia plástica nesses casos se mostra como uma solução bastante simples para um problema que, se não resolvido, pode ter consequências prejudiciais no futuro. Seguindo as recomendações médicas e respeitando o repouso após o procedimento, o paciente certamente terá sua autoestima recuperada e maior qualidade de vida.